No século XXI deveríamos debater se todas as crianças têm uma educação gratuita excelente. E isso não só não acontece como retrocedemos: o sistema dual - que caracteriza a educação desde o século XIX (com excepção do ensino unificado - igual para todos - dos poucos anos da revolução de 74-75 e seguintes), diz que uma minoria vai pensar o trabalho, e a larga maioria executar o que os outros pensam.
É assim que temos um sistema privado pequeno que forma excelentes alunos e dirigentes da sociedade (pago mas sobretudo recrutado com um sistema de elites/conhecimentos); um sistema privado grande de má qualidade que fornece serviços, como ginástica, alimentação, horários alargados, mas sem capacidade de recrutar bons professores; um sistema público pequeno em bolhas que forma excelentes alunos e um sistema público gigante que não logra qualquer mobilidade ou transformação social - apenas reproduz maus alunos para um mau mercado de trabalho.
No sistema público o sistema é gerido de forma formal e informal da seguinte forma: os melhores professores vão para as melhoras escolas, para as melhores turmas e dentro destas vão para as turma de secundário e ciências. Todos os outros ficam com professores com deficiências óbvias de formação e condições de trabalho dos docentes que logram dar assistência (social, psicológica, ocupar tempos livres) mas não educação, ciência e conhecimento. Tudo isto é um desastre social e cultural.
Para termos uma escola excelente precisávamos de ter cursos superiores pré Bolonha de 5 anos de formação clássica estruturada, excelentes salários, desde o ensino primário e oferecer aos alunos futuro para que eles reconhecessem na escola um futuro. Nada disso hoje existe. O que existe é colocar os professores a trabalhar para formar pobremente para um mercado de trabalho pobre do ponto de vista cientifico e cultural. A opção turismo, exportações, serviços resulta na ausência de investimento na educação. Uma bola de neve.
No comments:
Post a Comment